Uso dos "porquês"
Por que tantos porquês? Ou seria: Por quê tantos porques? Comumente, suscitam-se dúvidas concernentes ao emprego adequado das diferentes formas gráficas da palavra “porque”. Com o intuito de serem sanadas as referidas dúvidas, são apresentadas as explicações, acompanhadas de diversificados exemplos:
Por que

1. Interrogativas Diretas:
“Por que houve o rompimento das barragens de rejeito de minério em Mariana, Minas Gerais?”
A forma “por que” é utilizada no início da frase para introduzir uma pergunta, feita de maneira direta. Note que a palavra “razão” fica subentendida logo após essa forma interrogativa.
Mas, atenção: A forma “Por que” pode ser colocada, também, no meio da frase, mesmo em perguntas diretas:

 “Matheus não explicou por que não compareceu à aula hoje?”

2. Pergunta Indireta:
 “Ainda não se sabe por que houve o rompimento das barragens de rejeito de minério em Mariana.”

“Não sabemos por que Matheus não compareceu à aula hoje.”
Observe que o questionamento foi feito de modo indireto, sinalizado pela ausência do sinal de interrogação.

3. Por que = pelo qual (e variações)
 Pode soar um pouco estranho, uma vez que os falantes da língua não a utilizam ou não o fazem de modo recorrente. No entanto, a forma “por que” pode ser empregada, se houver preferência por parte do usuário, em substituição à expressão “pelo qual” e suas variações:

“Os bairros por que (pelos quais) passamos estavam bastante movimentados.”

“A razão por que (pela qual) aceitei o convite não lhe interessa.”

Porque
1. Em afirmações:
‘O desmatamento daquela área cresce vertiginosamente porque não há fiscalizações efetivas.”

Nesse caso, “porque” é colocado no interior da frase, com o objetivo de estabelecer o elo entre o problema (desmatamento vertiginoso) e a sua causa (inexistência de fiscalizações efetivas). A forma “porque” apresenta o sentido equivalente ao da palavra “pois”, introduzindo a ideia de causa.
2. Em respostas:
 “Cheguei atrasada ao trabalho porque (pois) houve um acidente, que interditou a estrada por três horas.”

Ao ser perguntada: “Por que se atrasou?”, respondo por meio da utilização da forma “porque”.

Por quê
Emprega-se “por quê” ao final de frases interrogativas. Nesse contexto, a referida forma é cercada por um sinal de pontuação (ponto de interrogação ou final):

1. Em interrogativa direta:

“Durante a reunião com o chefe, eles demonstraram preocupação por quê?”

2. Em interrogativa indireta:

“Naquele dia, ela não estava se sentindo bem e eu não sei por quê.”

Para comparar: As duas formas “Por que” e “Por quê” são utilizadas em interrogativas, realizadas direta ou indiretamente. A diferença reside no fato de que a forma com o acento circunflexo, somente é empregada ao final de frases e, por isso mesmo, acompanhada por um sinal de pontuação.

Porquê
A grafia “Porquê” funciona como substantivo, uma vez que é precedida pelo artigo definido “o”, e tem o seu significado equivalente ao da palavra “motivo”:
“Todos sabem o porquê (motivo) de sua revolta.”

Veja abaixo um quadro resumo:

Forma
Emprego
Exemplos
Por que
Em frases interrogativas (diretas e indiretas)
Em substituição à expressão "pelo qual" (e suas variações)
Por que ele chorou? (interrogativa direta)
Digam-me por que ele chorou. (interrogativa indireta)
Os bairros por que passamos eram sujos.(por que = pelos quais)
Por quê
No final de frases
Eles estão revoltados por quê?
Ele não veio não sei por quê.
Porque
Em frases afirmativas e em respostas
Não fui à festa porque choveu.
Porquê
Como substantivo
Todos sabem o porquê de seu medo.

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