FUNÇÕES
DE LINGUAGEM
Os variados tipos de comunicação linguística que
diariamente produzimos geram discursos muito diferentes entre si.
Uma coisa é você exprimir verbalmente seus sentimentos, outra coisa é querer
influenciar os ouros com suas palavras. Uma terceira situação se dá quando você
“ enfeita” o seu discurso, procurado a beleza dos vocábulos e buscando a
originalidade. Eis aí alguns exemplos de como todos nós nos utilizamos das
chamadas funções de linguagem, que têm ligação direta com os elementos da
comunicação que já conhecemos.
Diversos são os critérios para a classificação
dessa variedade de atos:
FUNÇÃO EMOTIVA
Função emotiva ou
expressiva: o objetivo do emissor é
transmitir suas emoções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de
vista do emissor, a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto,
apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação
e reticências) é uma característica da função emotiva, pois transmite a
subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em
poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
Por exemplo:
“Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples
e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dos óculos
e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade)

FUNÇÃO APELATIVA
Função conativa ou
apelativa: O objetivo é de influenciar,
convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos),
sugestão, convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no
imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode
perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em
textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.
Por exemplo:
Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos!


FUNÇÃO REFERENCIAL
Função referencial ou denotativa:
transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo,
não faz comentários, nem avaliação. Geralmente, o texto apresenta-se na
terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibilidades
de outra interpretação além da que está exposta.
EXEMPLOS:


FUNÇÃO FÁTICA
Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação
com o emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida
ou para dilatar a conversa.
Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e
dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de
função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”.
É também a função empregada, quando no decorrer de
uma conversa, emitimos sons:
ex: “ heim! “, “ hum-hum!”.
ex: “ heim! “, “ hum-hum!”.
e além de ser utilizada para testar o canal, a
função fática ocorre também quando o emissor quer iniciar uma comunicação:
ex: – olá! como vai? – perguntou o homem de olhos empapuçados
ex: – olá! como vai? – perguntou o homem de olhos empapuçados
ou quando visa prolongar o contato com seu
receptor:
ex: – ela não desanima nunca…..você concorda? não acha?
ex: – ela não desanima nunca…..você concorda? não acha?
FUNÇÃO POÉTICA
Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus
sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das
palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de
combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários,
publicitários e em letras de música.
Por exemplo:
negócio/ego/ócio/cio/0
Na poesia acima
“Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras
que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta.
Outro exemplo:
Quadrilha
João amava Teresa
que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Carlos Drummond de Andrade
FUNÇÃO
METALINGUÍSTICA
Função
metalinguística: Essa função
refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código usando o
próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por
exemplo. Veja:
“Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você
deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.”
Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um
poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer
um poema.
www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil13.php
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